PIB do agronegócio correspondeu a 20,2% do total do estado em 2016
Cálculo foi realizado pela Fundação João Pinheiro e apresentado na sexta-feira, 18
O PIB do agronegócio de Minas Gerais de 2016 foi estimado pela Fundação João Pinheiro (FJP) em R$ 110,2 bilhões a preços de mercado, o equivalente a 20,2% do PIB total do estado para o mesmo ano, R$ 544,8 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (18/12).
De acordo com o estudo, na decomposição setorial do PIB agronegócio, a cadeia produtiva relacionado com a agricultura teve participação de 58,6% (R$ 64,6 bilhões), seguida de 30,2% da pecuária (R$ 33,3 bilhões) e de 11,2% da exploração florestal e silvicultura (R$ 12,3 bilhões).
A abertura dos dados relativos aos insumos do agronegócio revelou participação de 63,4% da agricultura, 35,2% da pecuária e 1,4% da exploração florestal e silvicultura. No núcleo das atividades do agronegócio, a agricultura representou 61,7%, seguida da pecuária (26,2%) e exploração florestal e silvicultura (12,1%). Na produção industrial dos produtos do agronegócio, a agricultura se destacou com 61,3%; a contribuição da pecuária foi de 23,3% e a da exploração florestal e silvicultura, de 15,4%. Já nos serviços relacionados ao agronegócio, a maior participação foi também da agricultura (53,8%), a pecuária teve 37,6%; e a exploração florestal e silvicultura, 8,6%.
Em 2016, o agregado de insumos (a montante), no valor de R$ 4,7 bilhões, representou 4,2% do PIB do agronegócio de Minas Gerais, e o agregado núcleo, que totalizou R$ 34,2 bilhões, equivaleu a 31,1%. Para os setores à jusante, a participação do agregado relativo às agroindústrias (RS 28,8 bilhões), foi de 26,1%; e a dos serviços, no valor de RS 42,5 bilhões, foi de 38,6%.
“A definição e mensuração de valores que compõe esses diversos elos da cadeia produtiva do agronegócio podem abrir as perspectivas de planejamento para a atividade, ampliar a efetividade na elaboração, monitoramento e execução de políticas públicas, além possibilitar ao setor privado utilizar essas informações para tomadas de decisões e direção de negócio”, explica Carla Aguilar, coordenadora de Análise Insumo-Produto da Fundação João Pinheiro.
Metodologia – Inicialmente baseada na Tabela de Recursos e Usos (TRU) e na Matriz Insumo-produto (MIP) de 2013, a metodologia desenvolvida pela Fundação João Pinheiro para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais foi atualizada para referência da MIP de 2016 e adaptada para a produção de uma série anual com base nas contas regionais estaduais. A proposta metodológica para Minas Gerais tem os fundamentos conceituais utilizados nas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para as contas nacionais e regionais, em consonância com o System of National Accounts (SNA) 2008 que permite análises mais completas e compatíveis com os cálculos agregados para o total da economia estadual.
TRU e MIP – Ao longo da última década, a FJP calculou a Tabela de Recursos e Usos e da Matriz Insumo-Produto (TRU-MIP) para 2013 e 2016. Em 2021, será realizado novo cálculo da TRU, para o ano de referência de 2019. A adaptação da metodologia de cálculo do PIB do agronegócio para os anos da série de 2010 a 2019 em que a TRU-MIP não estava disponível (2010-12, 2014-15 e 2017-19) permitiu identificar dois períodos com dinâmicas bem demarcadas ao longo dos anos 2010.
No primeiro período, de 2010 a 2016, o Valor Adicionado Bruto (VAB) a preços básicos diretamente gerado nas atividades do núcleo da agropecuária não só evoluiu de forma positiva em termos nominais, mas também foi acompanhado por dinâmica ainda mais favorável no valor nominal dos demais componentes do PIB do agronegócio (impostos indiretos líquidos de subsídios que incidem sobre os produtos da cadeia produtiva e o valor adicionado gerado a jusante e a montante nas atividades correlatas da indústria e dos serviços).
No segundo período, de 2016 a 2019, o VAB gerado no núcleo da agropecuária recuou, enquanto a soma dos demais componentes do PIB do agronegócio prosseguiu em expansão, porém em ritmo mais lento que anteriormente. Os dados produzidos com a metodologia adaptada a partir da conta da produção para a economia de Minas Gerais mostram que o VAB da agropecuária estadual (em termos nominais) avançou de R$ 17,1 bilhões em 2010 para R$ 25,6 bilhões em 2012 e R$ 33,2 bilhões em 2016. Em 2017, recuou para R$ R$ 28,7 bilhões e, em 2018, encerrou com R$ 28,0 bilhões, recuperando-se em seguida para R$ 29,5 bilhões em 2019 (ainda abaixo do máximo alcançado em 2016).
Já o PIB do agronegócio ampliou de R$ 65 bilhões em 2010 para R$ 117,3 bilhões em 2019. Ao longo desse período, contribuição do PIB do agronegócio para o PIB de Minas Gerais oscilou entre uma participação de 17,2% em 2013, que foi a menor participação, até uma participação de 20,2% em 2016. Para o ano de 2019, que é o último da série, essa participação foi 18,1% do PIB de Minas Gerais.