FJP apresenta resultados do PIB de Minas Gerais no 1º trimestre de 2021

Pesquisadores analisaram, durante evento, o desempenho da atividade econômica estadual entre janeiro e março deste ano

Após apresentar variações positivas nos dois últimos trimestres de 2020, o índice de volume do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro registrou ligeira queda (-0,2%) no primeiro trimestre de 2021. Em valores correntes, entre janeiro e março de 2021, o PIB de Minas foi estimado em  R$ 180,2 bilhões, o que representou 8,8% do total nacional. Os números são parte do Informativo FJP – Contas Regionais: PIB MG – 1º trimestre de 2021 e foram apresentados na tarde desta quinta-feira, 10, em webinar promovido pela Fundação João Pinheiro (FJP).

No período avaliado, o PIB brasileiro teve expansão de 1,2%. “Tanto em Minas quanto no Brasil, a crise econômica associada à pandemia da covid-19 teve um formato em V. No país como um todo, o mergulho e a recuperação foram mais pronunciados do que no estado”, explicou o coordenador de Contas Regionais da FJP Raimundo de Sousa Leal Filho.

Um dos principais fatores que explica a diferença entre as economias estadual e nacional foi o desempenho desfavorável da atividade de energia e saneamento em Minas Gerais, provocado, principalmente, pela redução na geração de eletricidade. Com isso, o volume de Valor Adicionado Bruto (VAB) do segmento recuou 6,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e 8,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Nas mesmas óticas de comparação, o segmento expandiu 0,9% e 2,1%, respectivamente, no âmbito nacional.

A indústria de transformação também contribuiu para a retração da economia mineira, com recuo de -1,7% em relação ao quarto trimestre de 2020. Nesse contexto, a queda do volume de produção da fabricação de papel e celulose, máquinas e equipamentos, bebidas, produtos químicos e do refino de petróleo e biocombustíveis foi determinante para o resultado negativo em Minas Gerais. No Brasil, no mesmo período, a redução no volume de VAB do segmento foi de 0,5%.

Já a indústria extrativa mineral foi a atividade que apresentou a maior variação positiva no volume de VAB (7,4%) no primeiro trimestre de 2021 no estado, comparativamente ao quarto trimestre de 2020, especialmente pela evolução positiva dos preços internacionais das principais commodities minerais, sobretudo o minério de ferro. Na mesma base de comparação, a atividade de extração mineral expandiu 3,2% no âmbito nacional.

Na comparação com os três primeiros meses do ano passado, o segmento da indústria no estado apresentou resultado positivo. “No primeiro trimestre de 2021, o VAB industrial de Minas Gerais esteve 4,9% acima do observado no primeiro trimestre de 2020”, observou Leal.

O agrupamento outros serviços, que registrou queda de 0,7% nos três primeiros meses de 2021, também foi relevante para explicar o recuo do nível de atividade econômica em Minas Gerais. Enquanto esse segmento evoluiu positivamente (0,5%) na economia brasileira, na comparação com o quarto trimestre de 2020, em Minas Gerais o agrupamento vem registrando performance desfavorável e desempenho modesto nos segmentos que dependem mais diretamente do fluxo de pessoas (serviços prestados às famílias, serviços domésticos, serviços de hospedagem e alimentação fora dos domicílios e atividades turísticas).

Mesmo com resultados positivos no primeiro trimestre de 2021, as atividades de comércio (0,5%) e de transporte (1,6%) tiveram desempenho ainda inferior ao observado em âmbito nacional. No período, no Brasil, a expansão registrada para o comércio foi de 1,2% e, para o transporte, de 3,6%.

No setor agropecuário, o crescimento observado no primeiro trimestre de 2021 em Minas Gerais foi de 0,8% e, no Brasil, de 5,7%. “No entanto, na comparação com o mesmo trimestre de 2020, período em que as proporções e safras colhidas são, nesse caso, semelhantes, a expansão no estado (5,4%) foi ligeiramente superior à observada em âmbito nacional (5,2%)”, esclareceu Raimundo Leal.

A construção civil foi outra atividade em que o desempenho de Minas Gerais (3,1%) foi superior ao observado no cenário nacional (2,1%) no primeiro trimestre de 2021. Já o volume de VAB da administração pública estadual apresentou ligeira redução, de 0,1%, no primeiro trimestre de 2021, em relação ao trimestre imediatamente anterior. No país, nesse mesmo período, houve redução de 0,6% no volume de VAB.