Fundação João Pinheiro comemora 50 anos

Evento em comemoração aos 50 anos da FJP - Foto: Fabrício Goulart - ACS/FJP

Fundação João Pinheiro (FJP), instituição destinada à pesquisa aplicada nos campos da economia, da administração e da tecnologia básica e social, do Governo do Estado de Minas Gerais, comemorou, nesta quinta-feira, 12 de dezembro, 50 anos de história, pesquisas, políticas públicas e excelência no ensino.

Em evento que contou com a presença de servidores na ativa e aposentados, alunos, egressos e colaboradores, além de oito ex-presidentes e seus familiares, o vice-governador de Minas, Paulo Brant, destacou a importância da instituição para o processo da retomada do crescimento de Minas Gerais. “A ressignificação do nosso estado no cenário histórico e político do país só se dará por completo com a efetiva participação desta entidade, que é uma referência nacional”, afirmou Brant.  

O presidente da Fundação João Pinheiro, Helger Marra, enfatizou o papel dos servidores na história da instituição.  “Tenho certeza de que os profissionais que aqui estiveram e estão já dedicaram incontáveis dias e noites, desafiados, engajados, sonhando e trabalhando incansavelmente em busca de um legado do qual pudessem se orgulhar”, salientou.

“É tempo de comemorar e também tempo de reenergizar, de refletir para que o próximo meio século beba na fonte da nossa história, mas sempre olhando pra frente, para os novos e complexos desafios”, concluiu o presidente.

Durante a cerimônia, Hindemburgo Chateaubriand Pereira Diniz, idealizador e primeiro presidente da Fundação João Pinheiro (9/1970 a 3/1971 e 7/1985 a 3/1987), narrou os fatos que antecederam a criação do órgão, encantando a todos os presentes ao trazer à tona detalhes de acontecimentos políticos e econômicos que culminaram na instituição da FJP.

O evento foi marcado por homenagens aos servidores, que se emocionaram com músicas e fotos dessas cinco décadas, e aos presidentes, que foram agraciados com uma medalha, além do lançamento da marca comemorativa dos 50 anos, presente do servidor aposentado da FJP e artista plástico Wagner Bottaro.

História – No final da década de 1960, Minas Gerais passava por um processo amplo de modernização cujo intuito era incentivar o desenvolvimento econômico do estado. Além da FJP, faziam parte desse processo o Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi), a Companhia de Distritos Industriais (CDI) e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Na época, a redefinição do aparato estatal tanto reorganizou a máquina administrativa como instituiu novos mecanismos para a atração de investimentos.

Nesse contexto, o Sistema Estadual de Planejamento foi criado tendo a Fundação João Pinheiro como um de seus atores centrais. Esse sistema foi gradualmente ampliado ao longo da década de 1970, a partir do envolvimento de órgãos da própria administração, empresas estatais e bancos públicos. Nesse mesmo ciclo, a instituição participou da construção do II Plano Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social (PMDES) e, ao longo dos anos 1970, o estado passou a crescer, apresentando taxas médias anuais superiores às do país.

Nessas cinco décadas, projetos de relevância extrema para Minas Gerais e o Brasil foram criados e desenvolvidos pela FJP, alguns deles ainda em atividade. Na década de 1970, a revista Fundação JP Análise e Conjuntura era uma das publicações mais respeitadas na área acadêmica. Também nessa época, o curso de especialização em administração para altos executivos e a participação da FJP no PMDES tiveram destaque.

Nos anos 1980, a FJP passou a calcular o PIB de Minas Gerais e criou a especialização em administração pública, a primeira voltada para servidores estaduais. Em 1986, o funcionamento do curso superior de administração pública foi autorizado pelo Decreto nº 92.745, e a Lei Estadual nº 9.360 criou a carreira de administrador público, com vinculação ao curso da Fundação João Pinheiro.

Na década de 1990, a FJP passou a calcular o déficit habitacional no Brasil, estudo que ainda hoje subsidia a criação de políticas habitacionais no país. Na mesma época, a instituição iniciou seu trabalho nas áreas de desenvolvimento humano e mercado de trabalho, além de lançar o programa editorial Coleção Mineiriana. Os anos 1990 também foram marcados pela criação da Escola de Governo da FJP e pelo reconhecimento do curso de graduação em administração pública pelo MEC.

Mais tarde, na década de 2000, a Fundação foi responsável pela criação do Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), firmou parceria com o Pnud e o Ipea para o lançar o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil e, de forma inédita na época, deu origem ao Sistema Estadual de Informações sobre Saneamento (Seis), entre outros projetos.

Nos últimos dez anos, além de dar continuidade a vários desses projetos, a FJP manteve a produção de pesquisas nas áreas de administração pública, economia, saúde, segurança pública, juventude, turismo, vulnerabilidade social, comércio exterior, demografia e cultura e economia criativa, entre outras. Deu prosseguimento também ao desenvolvimento de planos diretores, planos de cargos, carreiras e vencimentos e planos de desenvolvimento integrado para municípios e regiões.

Hoje – Os projetos desenvolvidos pela FJP fornecem subsídios para que gestores públicos orientem suas ações e direcionem esforços e recursos de forma consistente para a formatação e execução de políticas e programas adequados às especificidades das diferentes regiões de Minas Gerais e do Brasil.

Referência nacional em sua área de atuação, a FJP é vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG) e trabalha em parceria com outros órgãos estaduais e em conexão com instituições nacionais e internacionais.

Por Débora Drumond – ACS/FJP

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