Perfil socioeconômico da região de Divinópolis é tema de webinar da FJP
Instituição apresenta dados e indicadores da Região Geográfica Intermediária mineira composta por 61 municípios
A Fundação João Pinheiro (FJP) realizou, na quinta-feira, 30 de setembro, o webinar Compreendendo as Características Socioeconômicas da Região Geográfica Intermediária de Divinópolis. Foi o décimo de uma série de 13 eventos dedicados à apresentação da situação social e econômica das regiões mineiras. Realizada em parceria com a Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e a Associação Mineira de Municípios (AMM), essa edição da série contou com as participações dos convidados Regina Magalhães (ALMG) e Simone Fonseca, do Instituto Federal Minas Gerais (IFMG).
A Região Geográfica Intermediária (RGInt) de Divinópolis é composta por 61 municípios que somam 35.994,82 quilômetros quadrados (6,13% da área total de Minas Gerais). Nela, vivem 1,3 milhão de pessoas, o que corresponde a 6,2% da população mineira.
Aspectos sociais – De acordo com o Censo Demográfico de 2010, entre as 13 RGInt de Minas Gerais, a de Divinópolis tinha tamanho populacional intermediário. O tamanho absoluto e relativo de sua população está diretamente relacionado ao fato de a RGInt ser formada por muitos e pequenos municípios: Divinópolis era o único com mais de 200 mil habitantes (217 mil). Outros quatro possuíam população entre 50 e 100 mil pessoas: Itaúna (87 mil), Pará de Minas (86 mil), Nova Serrana (75 mil) e Formiga (66 mil). “Em 63% dos municípios com menos de 50 mil habitantes, a população não chegava a dez mil, incluindo aí Serra da Saudade, com 830 habitantes – o menor município do estado e do país”, exemplificou a pesquisadora Denise Maia.
Segundo o Índice Mineiro de Responsabilidade social, a RGInt de Divinópolis abriga apenas 4,7% dos municípios carentes do estado e 2,1% da população mineira que vivem em municípios carentes. Por outro lado, a RGInt concentra 9,8% dos municípios afluentes do estado e 6,0% da população do estado que vivem em municípios afluentes.
De acordo com a pesquisadora Priscilla Costa, a dimensão segurança pública é a única em que a situação da RGInt de Divinópolis é inferior à do estado, com graus de carência bastante superiores aos de Minas. “Por outro lado, a situação da RGInt é claramente melhor que a do estado nas dimensões saúde, cultura/esporte e, principalmente, vulnerabilidade”, afirmou.
Saneamento – Dos 61 municípios da RGInt de Varginha, 23 (37,7%) declararam, em 2018, possuir política; e 29 (47,5%), plano municipal de saneamento básico. Do total de municípios, somente 37,7% declararam contar com ambos os instrumentos de planejamento.
Em relação à cobertura de rede de abastecimento público de água, 67,2% possuíam o serviço de abastecimento provido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa); 8,2%, pelas prefeituras; 23,0%, por serviços autônomos de água e esgoto (SAAE); e 1,6%, por empresas privadas.
Quanto à cobertura de rede de esgotamento sanitário na RGInt, 24,6% recebiam o serviço pela Copasa; 24,6%, por SAAE; 1,6%, por empresas privadas; e 25,9%, por prefeituras. “Chamam atenção, com 100% de cobertura de coleta de esgoto, 22 municípios da RGInt, entre eles Arcos, Bambuí, Formiga e Pitangui”, observou o pesquisador Frederico Poley. “Por outro lado, Abaeté e Quartel Geral chamam atenção por terem cobertura de coleta de esgoto abaixo de 10%”, completou.
Em 2018, 42,6% dos municípios da RGInt não possuíam qualquer tipo de tratamento de esgoto e outros 32,8% apresentaram percentual acima de 20%. Os maiores percentuais de tratamento foram observados em Itaguara (89,0%) e Moema (85,0%), enquanto os municípios de Arcos, Luz e Maravilhas estavam 100% cobertos pelo serviço de tratamento de esgotos.
Atividade econômica – A contribuição da RGInt de Divinópolis para o PIB estadual cresceu de 5,0% em 2010 para 5,4% em 2013, 5,5% em 2016 e 5,7%, em 2018.
A contribuição regional para o Valor Adicionado Bruto (VAB) da indústria estadual aumentou de 4,7% em 2010 para 5,5% em 2013 e 2016, e daí para 5,8% em 2018. A do comércio e dos demais serviços privados foi de 4,9% em 2010 para 5,1% em 2013, 5,2% em 2016 e 5,5% em 2018. A da agropecuária, de 7,3% em 2010 para 8,3% em 2013, 8,1% em 2016 e 8,4% em 2018. Por fim, a da administração pública, de 5,9% em 2010 e 2013 para 6,0% em 2016 e 2018.
PIB per capita – Em valores correntes, o PIB per capita de Minas Gerais evoluiu de R$ 17,9 mil em 2010 para R$ 23,7 mil em 2013, R$ 25,9 mil em 2016 e R$ 29,2 mil em 2018. Na RGInt de Divinópolis, ele o fez de R$ 14,8 mil para, respectivamente, R$ 21,0 mil, R$ 23,3 mil e R$ 27,0 mil. Em termos proporcionais, o PIB per capita regional correspondia a 82,7% em 2010; a 88,5% em 2013; a 89,8% em 2016; e a 92,5% em 2018.
Exportações – Desde 2015, a participação da RGInt de Divinópolis nas exportações estaduais cresce ininterruptamente, puxada pelo avanço do preço do minério de ferro no mercado internacional. Em 2020, as exportações da RGInt cresceram 14,6% em razão do aumento das exportações de minério de ferro. A participação das exportações dos municípios da RGInt correspondeu a 3,9% do total, superior à registrada em 2019, de 3,5%, e maior valor registrado no período 2010-2020.
O principal produto exportado foi o minério de ferro, que registrou aumento de 52,5% em valor e 23,7% em volume. Em contrapartida, a participação das exportações de ferro fundido, ferro e aço se retraiu 13,2 p.p., correspondendo a 25,7% do total, tendo registrado queda de 24,3% do valor exportado e de 9,4% do volume. Ainda assim, a participação na pauta avançou 10,3 pontos percentuais (p.p.) e alcançou 41,4%. Em seguida, destacaram-se as exportações de produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado (22,3%), que tiveram queda de 64,8% em valor e 60,1% em volume.
As exportações de ouro pela RGInt cresceram 62,3% em valor e 23,8% em volume; a participação relativa aumentou de 5,3% para 7,5%. A participação das exportações de açúcares e produtos de confeitaria saltou de 2,2% para 6,4%, com crescimento do valor exportado de 237,6% e de 305,9% de volume. As exportações de obras de pedra, cujo principal produto é a ardósia natural, registraram participação de 3,6% em 2020, retraindo-se 0,4 p.p. em relação ao ano anterior. No entanto, houve crescimento de 2% do valor exportado.
Municípios exportadores – Aproximadamente 41,4% das exportações se originaram de Itatiaiuçu, onde se localiza a exploração do minério de ferro. O município vizinho, Itaúna, foi responsável por 11,4% das exportações. Divinópolis, município polo da RGInt, foi responsável por 13,8%. Conceição do Pará (ouro), respondeu por 8% das exportações da RGInt; Lagoa da Prata (produtos de confeitaria e açúcares de cana), por 6,5%; Pará de Minas (ferro fundido bruto e ferro spiegel), por 5%; e Papagaios (ardósia), por 3,3%.
Acesse os informativos técnicos sobre a RGInt: https://fjp.mg.gov.br/regiao-geografica-intermediaria-de-divinopolis/