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O estudo do barroco no Brasil não é, em registro datável, um fato cultural ou vetor intelectual recente, já que as primeiras manifestações em nível de pesquisa ou mesmo de incipientes análises estilísticas e críticas remontam a quase um século. Pode-se dizer que, após a hibernação a que a omissão do nervo sensível e o preconceito submeteram as criações do estilo, ou a ele ligadas, a um desinteresse generalizado, mas de certa forma compreensível, por todo o século XIX, pela grande expressão de nossa idade inaugural, ou seja, da pré-nacionalidade colonial, a tomada de consciência diante da importância, singular e remarcante do barroco se verificaria entre nós virtualmente de modo simultâneo à redescoberta e revisão das matrizes européias da superior e revolucionária arte dos anos seiscentos/setecentos. E cabe dizer desafeição e distanciamento compreensíveis até certo ponto na centúria oitocentista porque, ao espelho do que ocorria na órbita dos países padronizadores do pensamento crítico e das inclinações estéticas, também o Brasil acompanhava a tendência estabilizadora e amaciadora do gosto acadêmico do século XIX, cambiando a sua recepção artística aos tiques neoclássicos e românticos de um ecletismo diluidor do fácil e digestivo, do estoque e do papel de parede.

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