Fundação João Pinheiro apresenta resultados do PIB dos municípios mineiros

Itabirito foi destaque no ganho de participação e Extrema apresentou maior PIB per capita

Nesta sexta-feira (16/12), a Fundação João Pinheiro apresentou os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios mineiros referentes a 2020. O PIB nominal de Minas Gerais saltou de R$ 651,9 em 2019 para R$ 682,8 bilhões em 2020, um crescimento de 4,7%. Naquele ano, o PIB mineiro representou 8,97% do PIB nacional.

Entre 2019 e 2020, a participação dos dez municípios mineiros com maior PIB em relação ao total do estado caiu de 41,6% para 39,5%. A participação de Belo Horizonte passou de 14,9% para 14,3%; a de Uberlândia, de 5,8% para 5,5%; a de Contagem, de 4,7% para 4,3%; a de Betim, de 4,3% para 3,8%, a de Uberaba, de 2,4% para 2,5%; a de Juiz de Fora, de 2,9% para 2,5%; Nova Lima se manteve com 1,8%; Extrema passou de 1,6% para 1,7%; Ipatinga, de 1,8% para 1,6%; e Montes Claros passou de 1,5% para 1,4%.

Em relação aos dez municípios com maiores ganhos de participação, destaca-se Itabirito, de 0,4% para 1,0%. Mariana passou de 0,3% para 0,5%; Uberaba, de 2,4% para 2,5%; Congonhas, de 0,3% para 0,4%; Extrema, de 1,6% para 1,7%; Ouro Preto se manteve com 0,5%; Paracatu, com 0,8%; Perdizes passou de 0,1% para 0,2%; Três Marias se manteve com 0,4% e Patrocínio passou de 0,4% para 0,5. No período, Belo Horizonte teve a maior perda de participação, 14,9% para 14,3%.

“Como 2020 foi o ano da pandemia, boa parte dos municípios mais populosos e que têm uma população elevada foram prejudicados. Atividades que dependem do fluxo e da circulação das pessoas tiveram queda de participação na economia e isso afetou o PIB desses municípios, como é o caso de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Ipatinga e Montes Claros”, explica Thiago Almeida, técnico responsável pelo cálculo.

Setores – O município de Unaí manteve a maior participação no VAB Agropecuário de Minas Gerais, mas apresentou também a maior perda em relação a 2019, com queda de 3,0% para 2,6%. Já o maior ganho foi de Patrocínio, que aumentou sua participação de 1,1% para 1,5%.

“O ano de 2020 foi muito bom para o setor agropecuário. Foi um ano de bianualidade positiva para o café e de elevação dos preços das commodities, incluindo o café. Municípios cafeicultores ganharam participação e também aqueles onde há influência da pecuária, principalmente devido à elevação do preço do leite”, ressalta Almeida.

Itabirito foi o município mineiro com maior ganho de participação no VAB Industrial do estado: passou de 0,8% para 2,5%. Município com maior participação no VAB Industrial mineiro, Belo Horizonte passou de 8,4% para 9,1%. Já Betim, segundo município com maior participação no setor, foi o que apresentou maior queda, de 7,5% para 6,5%.

“Itabirito teve destaque nacional em 2020. Isso tem a ver com a elevação dos preços do minério de ferro e da indústria extrativa. Nesse município, a compensação financeira por exploração mineral aumentou 138%, aumentaram as exportações e isso ativou outros setores, como a construção, o transporte de carga e armazenagem e os serviços prestados às empresas”, conclui o técnico.

Nos serviços privados, Belo Horizonte manteve a maior participação, com queda de 19,9% para 19,7%, seguida de Uberlândia, que também registrou queda, de 6,0% para 5,8%. O maior ganho de participação no setor coube a Extrema, de 1,6% a 1,9%; a maior perda foi a de Contagem, de 5,4% para 5,1%.

Na administração pública, Belo Horizonte, município com maior participação, registrou a maior queda, de 12,6% para 12,3%. Já Conselheiro Lafaiete teve o maior ganho de participação e passou de 0,4% para 0,6%.

PIB per capita – O município de Extrema registrou o maior PIB per capita de Minas Gerais em 2020, ao passar de R$ 279,9 mil para R$ 311,1 mil. Destaca-se que, em 2019, São Gonçalo do Rio Abaixo contava com o maior PIB per capita do estado, R$ 313,1 mil, e registrou queda para R$ 225 mil.

Metodologia – As estimativas do PIB dos municípios obedecem a uma metodologia uniforme para todas as unidades da Federação, e os resultados são coerentes e comparáveis entre si e com os resultados nacional e regional. O trabalho consiste na identificação de variáveis que permitam distribuir o valor adicionado bruto entre os municípios (Produção Agrícola Municipal (PAM), Pesquisa da Produção Pecuária Municipal (PPM), Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), Valor Adicionado Fiscal (VAF), dados de consumo e geração de energia elétrica das empresas por município etc.).

A divulgação da série do PIB dos municípios adota uma política de revisão dos resultados, o resultado do último ano divulgado sempre é revisto no ano posterior.