O discurso histórico e político sobre a sublevação que nas Minas houve no ano de 1720 é um texlo anônimo e se divide em duas partes principais. A primeira narra os episódios que envolveram o levante de Vila Rica e a subseqüente execução do português Filipe dos Santos; a segunda justifica a necessidade da execução, feita sem julgamento, e a fundamenta quase sempre nas ações e escritos de autores e personagens históricos do mundo antigo. O texto foi publicado duas vezes: entre 5 e 19 de fevereiro de 1898, no jornal Minas Gerais, órgão oficial do Estado; logo a seguir, pela Imprensa Oficial de Minas Gerais, contando com introdução e comentários do erudito José Pedro Xavier da Veiga, então diretor do Arquivo Público Mineiro. Tal edição é hoje muito rara. Apesar disso, o texto teve algum impacto sobre os estudiosos da história colonial no primeiro quartel do século. Na sua curta Advertência introdutória, Xavier da Veiga conta que o códice fora adquirido alguns anos antes (1895), em Lisboa, no leilão da biblioteca do Conde de Linhares, “graças à oportuna providência que deu para isso o Exmº Sr. Secretário do Estado do Interior, Dr. Henrique Augusto de Oliveira Diniz”. Henrique Diniz era bom conhecedor de História, matéria que lecionou durante muitos anos no ginásio estadual de Barbacena, e isso deve tê-lo levado a perceber a importância do códice para o estudo da história antiga de Minas; por recomendação sua, David Campista arrematou “o importante e curioso manuscrito”, que foi depositado no Arquivo Público Mineiro.¹
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