“Espigo, alemão-rana, com raro cabelim barba-de-milho e cara de barata descascada. O sol faiscava-lhe nos aros dos óculos mas, tirados os óculos, de grossas lentes, seus olhos se amaciavam num aguado azul, inocente e terno, que até por si semblava rir, aos poucos se acostumando com a forte luz daqueles altos. Enxacoco e desguisado nos usos, a tudo quanto enxergava dava um mesmo engraçado valor: fosse uma pedrinha, uma pedra, um cipó, uma terra de barranco, um passarinho atoa, uma moita de carrapicho, um ninhol de vespos.” Assim Guimarães Rosa descreve o viajante estrangeiro que atravessa o sertão*, “pondo uma atenção aguda” no que vê e ouve, pegando “no lápis e na caderneta, para lançar, os assuntos diversos”, “homem terrível para tudo enxergar”.
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