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Dentre os novos objetos da reflexão histórica internacional, afigura-se a biografia intelectual, cujos enfoques vêm sendo discutidos numa série de trabalhos ao longo dos dois últimos decênios. Os textos metodológicos atestam também as relações entre a biografia intelectual e a micro-história. A proposta desta última, que consiste em fazer do “nome” – próprio, individual, único – o ponto de partida para a construção de uma nova modalidade de história social, marcou época.¹ A escolha do individual não significa pensá-lo como contraditório ao social: seguir o fio do itinerário particular de um homem implica inscrevê-lo num grupo de homens que, por sua vez, são situados na multiplicidade dos espaços e tempos de trajetórias convergentes. As séries documentais, aparentemente circunscritas a um indivíduo, acabam indicando situações vividas em comum: no tempo curto de uma existência cujo espaço é mais ou menos restrito, na longa duração de um universo cultural sem fronteiras. Uma experiência social é assim restituída na complexidade dos seus aspectos mais diversificados. Não há, portanto, oposição entre história local e história global; a primeira é uma “modulação particular” da segunda.²

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