Explorando e Viajando Três Mil Milhas Através do Brasil: do Rio de Janeiro ao Maranhão — Volume 1

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"Espigo, alemão-rana, com raro cabelim barba-de-milho e cara de barata descascada. O sol faiscava-lhe nos aros dos óculos mas, tirados os óculos, de grossas lentes, seus olhos se amaciavam num aguado azul, inocente e terno, que até por si semblava rir, aos poucos se acostumando com a forte luz daqueles altos. Enxacoco e desguisado nos usos, a tudo quanto enxergava dava um mesmo engraçado valor: fosse uma pedrinha, uma pedra, um cipó, uma terra de barranco, um passarinho atoa, uma moita de carrapicho, um ninhol de vespos." Assim Guimarães Rosa descreve o viajante estrangeiro que atravessa o sertão*, "pondo uma atenção aguda" no que vê e ouve, pegando "no lápis e na caderneta, para lançar, os assuntos diversos", "homem terrível para tudo enxergar".

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Geografia Histórica da Capitania de Minas Gerais: Descrição Geográfica, Topográfica, Histórica e Política da Capitania de Minas Gerais — Memória Histórica da Capitania de Minas Gerais

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O(s) escrito(s) cie José Joaquim da Rocha é (são) fonte(s) amplamente utilizada(s) pela historiografia referente ao período colonial brasileiro. Esse fato e o semi-anonimato em que permanece(m), ainda hoje, o envolvimento do autor como testemunha no processo da Inconfidência Mineira, seu contato muito próximo com Tiradentes, a obscuridade de sua biografia de há muito estavam a exigir uma atenção particular. Assim, a inclusão de José Joaquim da Rocha na Coleção Mineiriana - Série Clássicos, instituída pelo Centro de Estudos Históricos e Culturais da Fundação João Pinheiro, é uma importante contribuição prestada aos pesquisadores e estudiosos da história brasileira. Em termos mais específicos, aos interessados no campo demarcado pelos historiadores como de crise estrutural do sistema colonial, que é, simultaneamente, de esgotamento da economia mineradora e mudança do perfil econômico da região.

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Breve Descrição Geográfica, Física e Política da Capitania de Minas Gerais

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Para a transição do estudo de Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos foi escolhido o códice I-1-4, do acervo da Biblioteca Nacional, o qual pertenceu originalmente ao bispo auxiliar de Mariana, D. Silvério Gomes Pimenta¹, "sem contestação o melhor dos existentes" (GRAVATÁ, 1976, p. 10.)

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Discurso Histórico e Político Sobre a Sublevação que nas Minas Houve no Ano de 1720

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O discurso histórico e político sobre a sublevação que nas Minas houve no ano de 1720 é um texlo anônimo e se divide em duas partes principais. A primeira narra os episódios que envolveram o levante de Vila Rica e a subseqüente execução do português Filipe dos Santos; a segunda justifica a necessidade da execução, feita sem julgamento, e a fundamenta quase sempre nas ações e escritos de autores e personagens históricos do mundo antigo. O texto foi publicado duas vezes: entre 5 e 19 de fevereiro de 1898, no jornal Minas Gerais, órgão oficial do Estado; logo a seguir, pela Imprensa Oficial de Minas Gerais, contando com introdução e comentários do erudito José Pedro Xavier da Veiga, então diretor do Arquivo Público Mineiro. Tal edição é hoje muito rara. Apesar disso, o texto teve algum impacto sobre os estudiosos da história colonial no primeiro quartel do século. Na sua curta Advertência introdutória, Xavier da Veiga conta que o códice fora adquirido alguns anos antes (1895), em Lisboa, no leilão da biblioteca do Conde de Linhares, "graças à oportuna providência que deu para isso o Exmº Sr. Secretário do Estado do Interior, Dr. Henrique Augusto de Oliveira Diniz". Henrique Diniz era bom conhecedor de História, matéria que lecionou durante muitos anos no ginásio estadual de Barbacena, e isso deve tê-lo levado a perceber a importância do códice para o estudo da história antiga de Minas; por recomendação sua, David Campista arrematou "o importante e curioso manuscrito", que foi depositado no Arquivo Público Mineiro.¹

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Minas Gerais: Monumentos Históricos e Artísticos — Circuito do Diamante

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O estudo do barroco no Brasil não é, em registro datável, um fato cultural ou vetor intelectual recente, já que as primeiras manifestações em nível de pesquisa ou mesmo de incipientes análises estilísticas e críticas remontam a quase um século. Pode-se dizer que, após a hibernação a que a omissão do nervo sensível e o preconceito submeteram as criações do estilo, ou a ele ligadas, a um desinteresse generalizado, mas de certa forma compreensível, por todo o século XIX, pela grande expressão de nossa idade inaugural, ou seja, da pré-nacionalidade colonial, a tomada de consciência diante da importância, singular e remarcante do barroco se verificaria entre nós virtualmente de modo simultâneo à redescoberta e revisão das matrizes européias da superior e revolucionária arte dos anos seiscentos/setecentos. E cabe dizer desafeição e distanciamento compreensíveis até certo ponto na centúria oitocentista porque, ao espelho do que ocorria na órbita dos países padronizadores do pensamento crítico e das inclinações estéticas, também o Brasil acompanhava a tendência estabilizadora e amaciadora do gosto acadêmico do século XIX, cambiando a sua recepção artística aos tiques neoclássicos e românticos de um ecletismo diluidor do fácil e digestivo, do estoque e do papel de parede.

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Memória Sobre a Capitania das Minas Gerais: Seu Território, Clima e Produções Metálicas

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O texto de José Vieira Couto, Memória sobre a Capitania das Minas Gerais: seu território, clima e produções metálicas, que o Centro de Estudos Históricos e Culturais da Fundação João Pinheiro ora publica, se insere num contexto mundial mais amplo, marcado por profundas mudanças.

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Instrução para o Governo da Capitania de Minas Gerais

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A Fundação João Pinheiro, através do seu Centro de Estudos Históricos e Culturais, ao criar a sua Mineiriana, tinha, necessariamente, de incluir, no programa, o texto de José João Teixeira: Instrução para o governo da Capitania de Minas Gerais. Escrita em 1780, foi publicada, de modo parcial e arbitrário, em 1844, no tomo VI da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Publicou-se com o título Extrato da memória manuscrita do Doutor José João Teixeira (seguramente o nome correto), mas de forma estranha, em escolha discutível de certas partes e com algumas diferenças no cotejo com a edição de 1853, decerto criteriosa e exata. O texto dilatado de um livro é reduzido aqui a 13 páginas. De acordo com a nota entre parêntese no fim, a Memória foi oferecida de Minas ao Instituto pelo seu sócio correspondente, Manoel José Pires da Silva Pontes, datada de Vila de Santa Bárbara, a 18 de março de 1844. O único mérito dessa edição é de ter sido a primeira vez em que se chamava a atenção para o importante documento.

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