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O poema Descrição curiosa das principais produções, rios e animais do Brasil, principalmente da Capitania de Minas Gerais, do mineiro Joaquim José Lisboa, publicado pela Impressão Régia, de Lisboa, pela primeira vez em 1804 e pela segunda em 1806 inscreve-se no veio literário inaugurado nos primórdios do descobrimento, de larga e contínua fortuna durante a colonização, e em tempos posteriores: o do conhecimento e exaltação da terra, a que não falta o termo comparativo com a natureza e, por vezes, com a gente de Portugal. A pujança da natureza americana exercerá sobre o homem europeu um tal fascínio, que à descrição da terra e seus habitantes estarão sempre misturadas as expressões de perplexa admiração e encantamento. Este fascínio persistirá na obra de autores aqui nascidos e, desde a Carta, de Pero Vaz de Caminha, passando pela Prosopopéia, de Bento Teixeira, os Diálogos das
Grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão, a silva À Ilha da Maré, de Manuel Botelho de Oliveira, até os menos antigos, como o Compêndio Narrativo do Peregrino da América, de Nuno Marques Pereira, ou a História da América Portuguesa, de Sebastião da Rocha Pita (não ultrapassando aqui, por exaustiva, a longa lista posterior à primeira metade do século XVIII), a novidade ou a exuberância oferecidas pelo Novo Mundo impressionam fundamente visitantes e nativos, levando-os a manifestações de entusiasmo vibrante.

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