30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente: o que avançamos e o que ainda falta avançar – Um olhar sobre a saúde

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da proteção integral a crianças e adolescentes, distribuindo à família, ao Poder Público e a toda a sociedade a responsabilidade por assegurar, com prioridade absoluta, os direitos deste público. Desde a aprovação do Estatuto, muitas conquistas foram alcançadas: a redução histórica da mortalidade infantil, os avanços no acesso à educação e a redução do trabalho infantil são apenas algumas delas. Mas sabemos também que ainda há muito o que avançar para a redução das desigualdades e a efetiva proteção das crianças e adolescentes no país.

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Desigualdade para Inconformados — Dimensões e Enfrentamentos das Desigualdades no Brasil

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Dedicamos este livro aos inconformistas Paulo Freire, Nise da Silveira, Milton Santos, Darcy Ribeiro e a todos e todas que colocam seu conhecimento e sua dedicação intelectual a serviço da esperança, ajudando a compreender a desigualdade para recusar seu jugo.

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Desigualdade na pandemia: a realidade das favelas brasileiras

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À medida que a pandemia do Novo Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigualdades socioeconômicas distribuem de maneira iníqua os riscos de saúde e os econômicos, bem como e as condições para enfrentar a emergência sanitária, em desfavor dos grupos já discriminados em outras dimensões, como os negros e moradores das favelas. Nós, do Observatório das Desigualdades, insistimos em um ponto básico: o combate à pandemia do Novo Coronavírus só será eficaz quando as políticas nacionais, estaduais e municipais de combate ao vírus considerarem as desigualdades socioeconômicas que sempre existiram na história do Brasil.

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O racismo no mercado de trabalho em infográficos

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Vimos, recentemente, eclodir no Brasil uma grande discussão acerca do racismo, iniciada a partir das manifestações nos Estados Unidos impulsionadas pelo assassinato de George Floyd pela polícia norte-america. Contudo, é importante que o debate e a luta antirracistas se tornem pauta constante na nossa sociedade, ultrapassando os limites temporais e espaciais das postagens nas redes sociais. Para que isso ocorra, precisamos compreender que o racismo não está restrito apenas à violência física sofrida pelos negros: ele atua como um elemento estruturante da nossa sociedade, estando presente nas escolas, no mercado trabalho, no acesso à cultura e a serviços de saúde, além de rondar nossas próprias relações pessoais.

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Quem cala sobre teu corpo? O assassinato de João Pedro, a rotinização da brutalidade e os extremos de nossa desigualdade

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Que vidas importam? Há pouco tempo, fizemos esta pergunta neste blog. Naquela oportunidade, tratávamos dos impactos desiguais da pandemia do Coronavírus, muito mais severos sobre os grupos mais vulneráveis. Agora, o assassinato do jovem João Pedro, de 14 anos, pela polícia no Rio de Janeiro, ocorrido nesta segunda-feira (18/05), nos remete à mesma questão: que vidas importam? A serviço de quais vidas está o Estado brasileiro?

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Por que é preciso adiar o Enem? Um olhar sobre a desigualdade de oportunidades

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Se entender a necessidade de adiamento do Enem está difícil para algumas pessoas, Laerte resolveu desenhar. O primeiro quadrinho é a já conhecida propaganda do MEC, baseada em fatos irreais: jovens motivados, equipados com livros, computador e celular em seus quartos confortáveis. O segundo quadrinho é a realidade de considerável parcela dos estudantes brasileiros, esquecida pelo MEC. São, pelo menos, um milhão de estudantes da rede pública que ainda cursam o Ensino Médio, pretendem fazer o Enem e estão sem aulas nas escolas. E em quais condições de estudo estão esses jovens?

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Covid-19 e o distanciamento social desigual entre grupos

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Os gráficos que selecionamos para este post decorrem de trabalho de HakanYilmazkuday. É sobre os EUA, mas bem poderia ser sobre o Brasil. Eles reforçam um ponto em que temos insistido aqui. Temos demonstrado no Observatório que, para que o combate à pandemia seja eficaz, é preciso levar em conta a desigualdade social. Entre outros motivos porque, se o distanciamento social é a medida mais eficaz de proteção, os grupos sociais mais vulneráveis e as ocupações mais precárias são os que têm piores condições de arcar com os custos e de compatibilizar suas atividades com o teletrabalho. Assim, medidas de proteção social e garantia de renda são parte indispensável do arcabouço de instrumentos de enfrentamento da epidemia.

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Combater a pandemia é proteger os mais vulneráveis: garantindo as condições para a recuperação da economia

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Nas duas últimas notas publicadas neste blog, mostramos que, de um lado, a população mais pobre e vulnerável tende a sofrer mais severamente a pandemia de Covid-19 e a demandar mais o sistema de saúde, e, de outro lado, é justamente naquelas regiões com populações mais vulneráveis que os serviços de saúde encontram-se menos preparados para enfrentar a pandemia e atender à população. Portanto, combater a pandemia e evitar o colapso do sistema de saúde é proteger os mais vulneráveis e é enganoso negar este fato e argumentar em outro sentido.

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Combater a pandemia é proteger os mais vulneráveis: a desigualdade na oferta dos serviços especializados de saúde

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Na última publicação deste blog, mostramos como a incidência de fatores agravantes de saúde ou doenças crônicas (doenças renais, diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares, entre outros) é bem maior entre a população socioeconomicamente mais vulnerável – e não unicamente entre os idosos. Ou seja, tendencialmente serão os mais vulneráveis que sofrerão com mais gravidade as consequências da doença e serão suas principais vítimas. Agora, continuaremos mostrando como não existe uma contradição entre combater a pandemia e proteger os mais vulneráveis, mas sob outra perspectiva, a da oferta dos serviços especializados de saúde (UTI, semi intensivos etc.), que também é desigualmente distribuída no território. O gráfico acima ilustra esta desigualdade em Minas Gerais.

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Sem contradição: combater a pandemia é proteger os mais vulneráveis

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Não existe uma contradição entre combater a pandemia e proteger os mais vulneráveis: em caso de descontrole do contágio e difusão da Covid-19, não apenas o sofrimento e os óbitos se acumularão, como tem sido visto em outros países, mas ela ceifará proporcionalmente muito mais a saúde e a vida dos mais pobres e vulneráveis. E, se ainda não existe vacina ou medicamento totalmente eficaz disponíveis até o momento, a única alternativa para o combate a epidemia é a redução dos contatos, do número de pessoas com as quais se interage e, claro, das aglomerações. É a política que tem sido chamada indistintamente de quarentena, isolamento social, confinamento, apesar de haver distinções técnicas entre elas.

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O aumento do encarceramento feminino no Brasil: pobreza, seletividade penal e desigualdade de gênero

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O aumento da população carcerária feminina é um fenômeno observado em todos os continentes: existem mais de 714 mil mulheres em prisões no mundo, o que representa um crescimento de 53% desde 2000 (World Female Imprisonment List, 2017). Contudo, a situação no Brasil é ainda mais grave: o número de mulheres em situação de cárcere aumentou aproximadamente 675% desde o começo do milênio, considerando o número de 37.828 detentas no fim de 2017 (gráfico 1). Os núme­ros representam um crescimento na taxa de aprisio­namento feminino 5,4 vezes maior que os dados de 2000.

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Extrema pobreza cresce no Brasil e pode aumentar com a crise do Coronavírus

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O Brasil apresentou, pelo quarto ano consecutivo (2014 a 2018), aumento no número de pessoas em situação de miséria, conforme dados do Banco Mundial publicados pela Folha de S. Paulo no dia 04 de abril deste ano. Entre os 15 países da América Latina analisados, além do Brasil, apenas Equador, Honduras e Argentina amargaram piora no indicador no período.

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Sobre curvas e pirâmides: a geometria da desigualdade na pandemia (nº 9)

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No início de 2020, o mundo defrontou-se com a pandemia do COVID-19, que varre o planeta e que, em pouco mais de três meses, ceifou mais de 110 mil vidas em todos os continentes e, no momento em que escrevemos este boletim, ainda se encontrava distante da superação. As consequências impostas pela epidemia a quase todos os países são de tal magnitude que seus desdobramentos são difíceis de prever, mas com certeza se estenderão para além da enorme pressão sobre os sistemas de saúde, alcançando a economia, as relações de trabalho, a política, as rotinas mais básicas e até mesmo a nossa sociabilidade.

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Pobreza, Substantivo Feminino (nº 8)

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As diversas conquistas femininas obtidas ao longo da história – como a inserção no mercado de trabalho, o direito ao voto, ao uso de métodos contraceptivos, ao divórcio –, resultado de intensas mobilizações, significaram contribuições decisivas para a construção de sociedades mais equitativas. Estes avanços convivem, porém, com outras manifestações da desigualdade de gênero, marca persistente da nossa sociedade, na formação de outros cenários: discriminação de gênero no mercado de trabalho, onde as mulheres ainda são minoria e recebem menores remunerações, sub-representação nas esferas de poder, sobrecarga em razão de múltiplas jornadas de trabalho, são apenas alguns dos diversos exemplos que se pode apresentar. Entre as perversas consequências das mudanças sociais e econômicas ocorridas em uma sociedade globalizada, ganha destaque o aprofundamento do quadro de pobreza entre as mulheres, fenômeno que passou a ser denominado de feminização da pobreza.

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Que vidas importam? A pandemia de Coronavírus em uma sociedade desigual

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O Coronavírus, responsável pela pandemia que nos assola em escala global, em princípio, não escolhe classe, raça e gênero. Ele simplesmente se espalha, entre partículas e superfícies, de um corpo para o outro. Mas sabemos que a maneira como corpos, partículas e superfícies estão dispostas no mundo variam de acordo com marcadores sociais de desigualdade, assim como variam as possibilidades de isolamento e tratamento. Com essa reflexão, o The Intercept Brasil publicou, em 17/03, a reportagem Coronavírus não é democrático: pobres, precarizados e mulheres vão sofrer mais, revelando a estreita relação entre a pandemia e a opressão social.

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Março Mulher – Quem elegemos em 2018?

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A desigualdade de gênero resulta numa grande assimetria na distribuição do poder político na nossa sociedade, o que indica uma deficiência da democracia brasileira quando se trata de garantir a participação política equitativa da população. Além de limitar o acesso feminino aos espaços de decisão, essa sub-representação pode comprometer a defesa dos interesses das mulheres nas esferas institucionais.

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Março Mulher – Desigualdade de gênero e trabalho doméstico

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As atividades domésticas são fundamentais para a reprodução da vida humana. O cuidado do neném, a roupa limpa e o alimento preparado são aspectos fundamentais para a saúde física e mental e que tornam a vida possível: a produção, as relações e o prazer. Se todos necessitam igualmente dos produtos do trabalho doméstico, porém, deveria ser uma responsabilidade compartilhada igualmente entre todos, não é?

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Março Mulher – Cada um no seu quadrado: desafios para a equidade de gênero no mercado de trabalho

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No mundo do trabalho é possível perceber grande avanço da autonomia econômica das mulheres. Mas, é também nesse espaço que se constata uma profunda desigualdade de gênero. No Brasil, as conquistas podem ser vistas pelo aumento da participação das mulheres na população economicamente ativa (PEA); pela ampliação da inserção das mulheres em postos de trabalho que exigem maior qualificação e estão no topo das organizações; pela ampliação dos direitos das empregadas domésticas e ampliação do leque ocupacional, especialmente para determinados grupos, geralmente com maior nível educacional. No entanto, o desemprego continua atingindo muito mais as mulheres do que os homens; as diferenças de rendimentos permanecem expressivas, mesmo levando em conta a extensão da jornada de trabalho e a escolaridade; as trajetórias profissionais das mulheres contam com diversos obstáculos ao longo do caminho e ainda esbarram no “teto de vidro”, ou seja, nas barreiras invisíveis (mas poderosas), que dificultam ou impedem a ascensão das mulheres a cargos de comando, mais prestigiados ou rentáveis.

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Março Mulher – Gênero e mercado de trabalho: diferenças salariais por escolaridade

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Já pensou em realizar a mesma tarefa que um colega de trabalho e ganhar aproximadamente 40% a menos que ele? Se você for mulher, essa hipótese provavelmente é verdadeira. O gráfico desta publicação mostra que indivíduos com a mesma escolaridade podem ganhar mais ou menos a depender do seu sexo. Você acha isso justo?

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Falando sobre racismo: alguns apontamentos acerca das desigualdades raciais no Brasil (nº 7)

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A formação e a construção do Brasil como Estado e como nação é indissociável da violência histórica representada por vários séculos de escravidão massiva e institucionalizada e também dos mecanismos ideológicos e de dominação necessários para sustentá-la. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão e foi o principal destino do tráfico de pessoas escravizadas vindas da África: ao todo, estima-se que cerca de 4,8 milhões de pessoas escravizadas aportaram no Brasil, contra, por exemplo, 400 mil que chegaram aos Estados Unidos da América. A escravidão foi, finalmente, proscrita da ordem legal no Brasil tardiamente em 1888. A organização social que ela engendrou, porém, está longe de ser assunto exclusivo da História: desigualdade de oportunidades e discriminação, preconceito e repressão não são apenas ecos ou resíduos de uma sociedade superada, mas constituem parte da experiência cotidiana de milhões de cidadãos afrodescentes brasileiros. Constituem também uma denúncia persistente dirigida a todos nós como nação, enquanto não formos capazes de reconhecer o racismo e a sociedade de privilégios e de opressão que ele sustenta e tomar a sério a obrigação de finalmente estender a todos os brasileiros os direitos de cidadania, concluindo, ainda que com atraso secular, a tarefa da luta abolicionista.

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Desigualdade, Tributação e Gastos Públicos (nº 6)

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Há diversas maneiras pelas quais o Estado pode intervir na distribuição de recursos na sociedade: provendo bens e serviços públicos, regulando o mercado de trabalho, criando ações afirmativas, criminalizando ou não determinadas condutas. O resultado de cada uma delas pode implicar a manutenção, o aumento ou a diminuição das desigualdades sociais, conforme já mostramos em outras edições deste boletim. O fato é que, durante toda sua atuação, o Estado retira recursos de determinada parcela da população e os distribui de diversas formas: despesas com pessoal, pagamento de juros, investimentos em infraestrutura, gastos sociais. A decisão sobre de onde vêm e para onde vão os recursos públicos é, em si mesma, uma maneira de combater a desigualdade ou, ao contrário, reproduzi-la.

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As desigualdades educacionais no Brasil: enfrentando-as a partir da escola

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No ano 2000, eu lecionava História em uma escola de jovens e adultos da rede municipal de BH. Nas turmas da manhã e tarde, havia um número considerável de alunos e alunas que eram adolescentes, tinham sido “expulsos” das escolas regulares e foram estudar ali. O projeto pedagógico da escola era inovador e o grupo de professores engajados no projeto. Os casos e as histórias eram exemplos vivos de como os mais pobres, os mais indefesos e desorganizados são “expulsos” das escolas regulares. Ou sofrem múltiplas reprovações, ou desistem, ou não se acham capazes de estudar. Quando começamos a ter um olhar pedagógico baseado na concepção de educação integral, colocando os alunos no centro do nosso trabalho, exercitando a escuta e o diálogo permanente, fomos aprendendo (porque estamos sempre em formação) que a desigualdade também pode ser combatida a partir da escola e do seu projeto político pedagógico. Ao entender as dificuldades com os horários da escola, incompatíveis com o trabalho de porteiro de hospital de um dos nossos alunos, começamos a flexibilizar as regras de entrada e saída. Ao perceber a dificuldade de jovens trabalhadores em realizar tarefas escolares de um dia para o outro, fomos definindo uma agenda compatível com a agenda deles (e não com a dos educadores, como tradicionalmente fazíamos).

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4 em cada 10 jovens negros não terminaram o ensino médio

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Segundo dados do IBGE, o abandono escolar no Brasil atinge mais a população negra do que a branca. É o que nos mostra reportagem publicada na Folha de São Paulo, em 1º de setembro deste ano. Assim, se a média geral de jovens entre 19 e 24 anos que não conseguiram concluir o ensino médio em 2018 já é alta (um terço desta parcela populacional, resultado similar ao dos homens brancos), o panorama entre os negros é ainda pior: quase metade (44,2%) dos negros homens dessa faixa etária não concluiu a etapa.

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Vulnerabilidade social e violência

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O 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em setembro de 2019, é elaborado de acordo com informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civis, militares e federais, entre outras fontes, e traz à tona uma realidade desigual. O infográfico acima, extraído do anuário, se refere ao ano de 2018 e nos mostra a violência em números. Entre reduções e aumentos, o dado que mais chama atenção é que, em todos os casos, a maioria das vítimas de violência é negra.

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Entre o direito e o privilégio: a luta pelas oportunidades educacionais (nº 5)

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A relevância atribuída à educação pública constitui um dos grandes consensos sociais e acadêmicos, no Brasil e no mundo, por razões diversas. Desde o iluminismo, a visão humanista que o caracterizava ressaltava o papel emancipador da educação, elemento fundamental à formação de sujeitos livres e autônomos, capazes de juízos críticos e orientados pela razão. Da mesma forma, as sociedades democráticas têm atribuído à educação parte da tarefa de construção de uma cultura política fundada nos direitos universais, na tolerância, na qual o diálogo e não a violência ou subjugação sejam as formas prioritárias de resolução de conflitos. De outro lado, do ponto de vista do desenvolvimento soberano de um país, o fortalecimento da educação, da ciência e da tecnologia é reconhecido como determinante da produtividade da mão de obra, da inovação e da competitividade em um mundo em que a tecnologia ocupa um papel central.

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O impacto das políticas públicas na democratização do acesso à educação superior no Brasil

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Conforme já abordamos em diversas oportunidades em nossos boletins, a desigualdade social não é uma necessidade, nem tampouco uma tendência única de todos os países, mas o resultado de contextos e escolhas que as sociedades fazem. Uma boa maneira de comprovarmos isso é comparando os resultados relativos às desigualdades sociais tempos depois da implementação determinadas políticas públicas voltadas para a garantia de direitos historicamente negados às classes mais vulneráveis, bem como depois de eventuais interrupções ou reduções delas. É o que mostraremos agora, analisando os dados relativos ao acesso à educação superior brasileira em uma perspectiva temporal.

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Rico? Eu não! A percepção do brasileiro sobre sua própria localização na distribuição de renda nacional

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A percepção que os diferentes grupos têm sobre a estrutura social do país e sobre a posição que cada um ocupa nela pode ter efeitos importantes sobre o apoio ou resistência a medidas redistributivas, como impostos mais progressivos. E, no Brasil, esta percepção é bastante distorcida.

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Os diferentes efeitos da crise econômica de 2015/2016 para ricos e pobres

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Que a crise que assolou o país nos anos de 2015/2016 afetou a ricos e pobres, não é novidade para nós. Porém, enquanto os brasileiros mais abastados já conseguiram virar a página das vacas magras, os mais pobres ainda não. É o que mostra a reportagem publicada neste mês no jornal “El País”, que traz um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas que revela que, depois da tempestade, os 10% mais ricos já acumulam um aumento de 3,3% de renda do trabalho, ou seja, além de superar as perdas, já ganham mais que antes da recessão. Enquanto isso, os brasileiros mais vulneráveis amargam uma queda de mais de 20% da renda acumulada. Se somarmos os últimos sete anos, a renda do estrato mais rico aumentou 8,5% e a dos mais pobres caiu 14%.

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A expectativa de vida no Brasil por raça/cor e Unidade da Federação em 2017, ao nascer

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O gráfico acima nos permite visualizar duas das desigualdades que marcam historicamente o Brasil: a racial e a regional. Assim, podemos ver que em todos os estados da federação e no Distrito Federal (DF) a expectativa de vida dos negros é consideravelmente menor que a dos brancos. A maior diferença é verificada em Roraima, com 7 anos de expectativa a mais para os brancos. Em Minas Gerais, a diferença é menor, sendo de 3 anos a mais para os brancos.

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Educação para todos, futuro para poucos

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No Brasil, as desigualdades entre o ensino privado e público são realidades já marteladas nas cabeças de pais que se esforçam em pagar mensalidades caras com o pensamento no futuro dos filhos. Diante desse cenário, o jornal “O Tempo” publicou reportagem que investiga como essas realidades distintas impactam na educação recebida e define os caminhos trilhados por alunos de diferentes bairros e escolas de Belo Horizonte.

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A participação das mulheres na vida pública e na tomada de decisão

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Persistem, no Brasil e no mundo, as desigualdades entre homens e mulheres. Seja nos números relacionados à violência, no acesso ao trabalho ou nas remunerações, as mulheres se encontram, ano após ano, em desvantagem. Na vida pública, seja nos espaços governamentais ou nas empresas privadas, opera o reforço das desigualdades, e as mulheres, que segundo dados da Pnad Contínua, eram, em 2017, 51,6% da população brasileira, são subrepresentadas.

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Qual a participação dos impostos indiretos sobre a carga tributária brasileira? Isso é um problema?

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De acordo com o gráfico disponibilizado pelo Senado, dentre os países observados, o Brasil é o segundo país com maior incidência indireta na carga tributária, atrás, somente, do Chile. É possível identificar que cerca de 50% da incidência tributária recai sobre bens e serviços, ou seja, praticamente metade da arrecadação provém de impostos indiretos, embutidos nos preços pagos pela população ao adquirir produtos e serviços.

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Dois em três alunos de universidades federais são das classes D e E

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“O mito de que a universidade federal é para elite está sendo destruído”, resumiu Ângela Paiva Cruz, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), ao anunciar os dados da pesquisa sobre o perfil dos estudantes das universidades federais brasileiras. O estudo indica que dois terços dos alunos (66,19%) vêm de famílias cuja renda não ultrapassa 1,5 salário mínimo per capita (R$ 1.320). Em 2010, eram 44%.

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O impacto das armas de fogo sobre os homicídios no Brasil

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O gráfico abaixo, disponibilizado pelo Nexo Jornal, expõe o peso que as armas de fogo têm sobre os assassinatos cometidos no Brasil. Percebe-se uma escalada no número total de homicídios ao longo dos anos (1997-2017). Chama a atenção, porém, que o crescimento se deu quase exclusivamente no âmbito dos assassinatos cometidos por armas de fogo. São elas as grandes vilãs.

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Que vidas importam? Violência, repressão e encarceramento em uma sociedade desigual (nº 4)

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A temática da violência e da segurança pública constitui um foco importante do debate social contemporâneo, e a demanda pelo seu enfrentamento vai ganhando destaque na agenda pública. Em um campo em que a insegurança e a desconfiança são ingredientes constantes, contudo, as respostas tendem a ser reativas e emocionais e apontam para o aumento da repressão policial, do recrudescimento penal, do encarceramento e da flexibilização da posse e do porte de armas como meios de defesa pessoal dos cidadãos. Como sempre acontece, no entanto, o medo e a raiva são péssimos conselheiros, e é preciso que a razão e reflexão informada guiem nossas escolhas e orientem o debate público.

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Sem lei que cite quantidades, polícia dá destinos diversos a flagrados com droga

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De acordo com reportagem divulgada pelo Estadão, existe no ordenamento jurídico brasileiro um vazio sobre as ocorrências policiais relacionadas com a venda e uso de drogas ilícitas. Na verdade, a questão envolve exatamente a delimitação do que configura tráfico ou uso pessoal, pois não existe nenhuma norma que traça uma linha exata e inquestionável entre os dois e, portanto, a decisão normalmente cabe aos delegados, que classificam o crime. No entanto, o problema não termina com a dificuldade de classificação, pois a pena para cada um dos crimes é completamente diferente: o tráfico pode levar a encarceramento de 5 a 15 anos, enquanto o uso pode levar somente a advertência, a prestação de serviço comunitário e a medida educativa.

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O analfabetismo no Brasil: reflexo das desigualdades regionais

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A taxa de analfabetismo no Brasil despencou durante os primeiros 15 anos do século XXI. Segundo dados do Censo Demográfico 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo entre os brasileiros de 15 anos ou mais de idade caiu de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010. Apesar disso, têm-se ainda no país um grande número de analfabetos.

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Qual é a relação entre o nível de escolaridade dos pais e o desempenho dos filhos no Enem?

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O Nexo Jornal analisou, a partir dos resultados da prova de 2017, a relação entre a escolaridade dos pais e a distribuição das notas dos participantes de acordo com as áreas do conhecimento e por grupos de renda, raça/cor e gênero. Em todos os recortes e disciplinas analisados, a seguinte relação se mostrou verdadeira: quanto maior a escolaridade dos pais, maior a nota média do filho. Ainda, o maior salto na nota do participante se dá entre aqueles com pais que possuem ensino médio completo para aqueles com pais com ensino superior completo.

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Bolsonaro e o desenvolvimento dos filhos do Bolsa Família: o que os pesquisadores realmente dizem

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Matéria publicada no site do jornal “El País” discute uma afirmação polêmica realizada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante uma transmissão ao vivo no Facebook. Segundo o Presidente, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Cidadania demonstrou que os filhos de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família apresentaram um desenvolvimento cognitivo equivalente a um terço da média mundial, tendo como base o acompanhamento das crianças entre 0 e 3 anos.

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Sistema tributário leva a país desigual

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Apesar da centralidade do sistema tributário no desenvolvimento dos países, a reforma tributária vem sendo negligenciada no Congresso, mas, segundo publicação no site do Senado Federal, essa pauta deve ser retomada ainda no primeiro semestre de 2019. Com isso, a matéria apresenta considerações acerca da necessidade de revisão da configuração tributária do país, sobretudo, em relação ao seu papel como mantenedora das desigualdades sociais.

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Concentração de renda entre fatias da população

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O Brasil apresenta uma das maiores desigualdades sociais do mundo: enquanto os 10% mais rico do país concentram mais de 50% da renda nacional, aos 50% mais pobres são reservados menos de 12% da renda. A situação se torna ainda mais alarmante se focarmos apenas no 1% mais rico da população, que detém sozinho mais de 25% da renda nacional. Essa situação é reflexo de escolhas políticas, sociais e econômicas históricas e impacta diretamente na coesão, na convivência e na prosperidade da sociedade.

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